sábado, 10 de julho de 2010

um Ceramista ...


Foi o Ceramista Tito Tortori que conseguiu explicar exatamente o que é a cerâmica para mim ...
- Obrigada Tito !
" Essa romântica forma de trabalho humano acontece a partir de matéria vinda da terra que é moldado pelas mãos de um artesão, que sem perceber ou visualizar isso, acomoda as partículas e luta com as forças físicas da natureza. Dos Ceramistas são exigidas múltiplas competências, todas tão ancestrais como a própria Cerâmica. Todas não literais, não verbais, não racionais, não científicas, não cerebrais. Competências primitivas, como alguém poderia definir, mas por isso mesmo, mais profundas e fundamentais. Precisamos usar a Cerâmica para resgatar esses instintos e voltar a aproveitar o que é tipicamente humano — o sentimento. Assim, dependendo do foco de vista proposto, ela pode ser avaliada como uma prática tão primitiva, quanto contemporânea. Na verdade, a Cerâmica pode ser uma fantástica forma de produção artística, uma técnica de produção de objetos funcionais, uma forma de terapia, uma filosofia de vida e muito mais. "

RAKU - como nasce uma peça

Para a sociedade japonesa, a “Cerimônia do Chá” é um momento de grande importância e que merece total reverência. Por essa razão, as peças de Raku foram as escolhidas para serem usadas neste ritual, já que se trata da cerâmica mais perfeita do mundo. 

Uma peça que resiste a uma temperatura de mais de 800ºC e imediatamente após, é imergida em água fria sem que esse choque térmico a danifique, é digna de participar de tal cerimônia e receber o chá.



  


A técnica do Raku consiste em cozer peças de cerâmica cobertas com uma camada vítrea muito leve de chumbo e bórax, em aquecimento acelerado até cerca de aproximadamente 1000ºC. Em 1911, o ceramista inglês Bernard Leach estabelece contacto com o ceramista japonês Shoji Hamada e "traz" o conceito técnico do Raku para o ocidente. No início, as primeiras peças desenvolvidas ainda aparecem ligadas às formas tradicionais, mas, com a chegada da técnica aos Estados Unidos da América, o Raku dissocia-se destas formas e desenvolve-se, sobretudo como um processo técnico, associando-se plenamente às correntes contemporâneas da cerâmica de autor, sendo um bom exemplo disso o trabalho de Paul Soldner dos EUA e David Roberts do Reino Unido, entre outros. Por isso, ao adquirir esta peça de Raku, você pode ter a certeza que está levando uma cerâmica com uma história milenar e sem defeitos ou imperfeições.